Começo esse post respondendo a pergunta do título, a força do eleitor pode sim mudar o rumo das eleições, o ambiente virtual têm espaço para liberdade de idéias e informações. Em 2008, quando Barack Obama se elegeu presidente dos EUA, viu-se que a internet se transformou forte veículo de informação e debate. No ano de 2009 a Câmara dos Deputados aprovou mudanças que haviam sido estabelecidas em resolução do STE que restringia, e muito, a campanha na web.
O que estamos vivenciando este ano, é um grande salto e a oportunidade que a internet traz tanto para candidatos e eleitores, durante todo o primeiro turno e agora mais intensamente no segundo turno, notamos que as ações ou comentários feitos no ambiente virtual mudaram o tom da campanha presidencial. No primeiro turno se via uma campanha ideológica, onde os candidatos eram diplomatas um com o outro. Neste segundo turno o tom agressivo e de ataques mais do que diretos, mudaram o comportamento dos dois candidatos a presidência do Brasil, porque toda essa mudança? Simplesmente estratégia de campanha? Não. A internet, a rapidez e a facilidade de comunicação têm forte peso nessa mudança. Nos dias do Web Marketing Político, não só os candidatos apresentam suas idéias e comprometimentos, os eleitores agora adotam a postura de se também entrar na disputa eleitoral crítica e interpessoal, postam suas preferências, opiniões, e até pedem voto para seus candidatos na internet, antes, isso só era feito nos debates boca a boca dos eleitores nas ruas das cidades.
No primeiro turno, Marina Silva teve quase 20 milhões de votos e surpreendeu a todos os institutos de pesquisas e especialistas políticos. Nos dias que antecederam o domingo de eleições, uma onda verde tomou conta da internet; artistas, políticos, especialistas criaram uma onda ideológica que tomou conta das redes sociais pedindo votos e mostrando as diferenças que Marina Silva tinha em relação aos dois candidatos que lideravam as pesquisas. Marina hoje é exemplo de como a internet pode ter força sim em uma campanha eleitoral.
Neste segundo turno, estamos vivenciando uma avalanche de ações e situações que vêem interferindo nos números da campanha. Antes cogitava-se que a candidata do PT poderia vencer em primeiro turno, hoje o que se vê é um amontoado de mensagens que a todo instante caem em nossas caixas de e-mails falando de candidato A ou B. Assuntos como aborto, religiosidade, homossexualidade, passado dos políticos, conduta e até comentários de personalidades famosas criticando ou elogiando determinado candidato são vistos a todo instante na rede. As mídias sociais dão aos internautas poderes de candidatos, ou seja, no espaço virtual pessoas comuns defendem seus pontos de vista e postam o que acreditam ser o melhor para nosso país, criando uma enorme rede de debate.
A força da Web é tão grande que no youtube exitem vídeos de comentários sobre determinados candidatos que chegaram a três milhões de acessos, e são pulverizados em blogs, e-mails, sites de relacionamentos, dentre outros.
E o Twitter?
Talvez seja o mais utilizado pelos candidatos, basta uma resposta mal interpretada ou uma afirmação infeliz para por em risco todo o trabalho de uma campanha. E isso não acontece só com eles, acontece também com os próprios assessores que não exercitam seu feeling para sentir que o internauta sabe quando o Tweet foi gerado pelo candidato e quando foi gerado por terceiros. Principalmente porque o Twitter é utilizado em sua maioria por um público A-B, com alto grau de escolaridade (em sua maioria) e formador de opinião.
Por fim, não adianta se animar porque a Internet agora tem as suas portas abertas para divulgação de campanha e plataforma política ou até para arrecadação de fundos que irão custear a campanha. A principal função da Internet nessas eleições vai ser a de estar a favor do eleitorado. As informações estarão 24h ao alcance de todos e quem não estiver gostando pode e deve contestar e sugerir. A democracia agradece e muito. O futuro do Brasil também.
VINICIUS AZEVEDO